5 séries que passam nos Testes de Bechdel e Mako Mori (e fazem muito mais) - Parte II



Olá, pessoal! Finalmente, esta é a segunda parte do post sobre séries. Clicando aqui vocês vão conhecer a primeira e entender melhor os assuntos que iremos tratar, que são os testes de Bechdel e Mako Mori e quais são os requisitos que permitem que determinados seriados passem por esses testes. Então não vamos entrar em detalhes agora, ok? Vamos logo conhecer as outras cinco series que selecionamos para vocês.


Orange Is The New Black

Imagem: reprodução/internet

Para quem ainda não sabia, a personagem da Taylor Schilling (Piper Chapman) é baseado na vida da ex presidiária Piper Kerman, que publicou uma biografia contando como foi sua vida durante o tempo em que esteve presa. Piper Chapman é condenada a quinze anos de prisão por trafico de drogas, já que depois da faculdade ela entregou uma maleta com dinheiro para ajudar a namorada traficante. E é dentro dessa prisão que a história se passa. Piper passa a conviver com uma nova fase da sua vida, onde precisa se cuidar sozinha em um lugar que é tão perigoso quanto é inusitado.


Só tem mulher forte em OITNB
Nossa heroína também se vê envolvida com histórias de outras mulheres (um monte de mulheres, cis, gorda, alta, trans, mais velhas, baixas, negras, novas, ...) que precisam viver suas vidas de presidiárias sem deixar de sonhar com a liberdade, como por exemplo Sophia Burset, um ex policial que sempre soube ser uma mulher; Galina 'Red' Reznikov, durona e um pouco ameaçadora, mas que só quer proteger suas amigas dos males da prisão (uma mãezona). Além de precisarem lidar com o assedio e com os constantes e sempre emocionantes dilemas da amizade que cresce entre elas.


Empire

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Essa serie teria como foco contar a história do rapper Lucious Lyon, que saiu das ruas, criou um império musical e é dono da gravadora Empire. Mas a sua ex-esposa, que esteve presa por 17 anos, Cookie, rouba a cena. Ela retorna para retomar tudo o que roubaram dela. Cookie se envolveu no mundo das dos drogas para ajudar Lucious a criar sua fortuna e ficou na pior depois disso.


Adoro ela!
Ela é negra, encara questões raciais, mas é forte e guerreira. Além dela, muitas outras mulheres circulam pela série, sendo todas complexas e interessantes. Mas Cookie é a melhor de todas.


Scandal

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Olivia Pope (Kerry Washington) trabalhava como consultora de mídia da Casa Branca. A função dela era proteger e defender a imagem de pessoas publicas que pertencem a elite norte-americana. Olivia resolvia os problemas antes mesmo que as outras soubessem da existência deles (e fazia isso com maestria). Depois de deixar a Casa Branca, ela abre sua própria empresa, a Olivia Pope & Associates, para começar um novo capítulo em sua vida - tanto profissional como pessoal.

O fato do Presidente dos EUA estar aos pés da Olivia já é um ponto a mais para mostrar como o poder está nas mãos das mulheres nessa serie. No entanto, existem temas e diálogos muito mais profundos nos episódios. O feminismo está sempre nas entrelinhas, a violência doméstica é abordada por uma das personagens (Abby Whelan, Secretária de Imprensa da Casa Branca e interpreta pela atriz Darby Stanchfield ), como a mídia trata as mulheres e o papel delas na política também é focado.

"Eeles falam sobre suas roupas? Escrevem sobre suas coxas?"

                                                      
Sense8

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Sense8 narra a história de oito estranhos, os chamados sensates, que de repente começam a "compartilhar um cérebro coletivo". Basicamente, eles compartilham sensações, pensamentos e experiências uns dos outros. A série possui um lindo enredo representativo, as personagens sempre se mostram muito fodas. Não vejo como necessidade um discurso feminista ou contra o preconceito, nada do tipo, já que os momentos de representatividade acontecem de forma natural.

O relacionamento entre Nomi e Amanita é lindo
Nós temos uma hacker transexual lésbica, um ator mexicano gay que tem medo de sair do armário, uma empresária coreana badass que luta às escondidas e uma DJ que vive relacionamentos abusivos: esses são apenas metade dos oito protagonistas de Sense8. 

Como você pode imaginar, não é uma série para qualquer um. A diversidade de sexualidades, etnias, culturas e lugares são pontos marcantes da série, que bate forte na tecla da igualdade de direitos. Mas, mais que isso, ela mostra o quão é importante pensar no próximo e respeitar as diferenças.

Game Of  Thrones

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Sou particularmente muito fã dessa serie (e dos livros) por vários motivos, mas o que mais vale descrever aqui são as mulheres. Guerreiras, protetoras, lideres, perigosas. Tem para todos os gosto. 

Para quem não sabe, Game Of  Thrones se passa em uma época em que as mulheres são menosprezadas o máximo possível, elas devem ser submissas a tudo e todos. Entretanto, muitas delas decidem que seguirão o próprio caminho e passam por cima de quem tenta impedir. Pontos para George R. R. Martin (autor dos livros) que conseguiu retratar várias personagens completamente diferentes, realistas e indispensáveis para o desenrolar da trama.

Dany <3
É fácil se apaixonar por Catelyn, uma super mãe que precisa deixar os filhos para salvar o marido e ainda captura seus inimigos: sentimos o poder de Daenerys, uma jovem que comanda dragões e que decidiu que vai ser rainha (e que não precisa de um rei): lutamos como Brienne de Tarth, considerada estranha pelo seu jeito masculino, mas é uma grande guerreira que sonha em ser cavaleiro. Enfim, essa série também não é para qualquer um.

Gostou da lista? Tem alguma serie que ficou de fora? Então comente aqui com a gente. E não esqueça de acessar o outro post para conhecer os primeiro cinco seriados.

--- NOTA---

Este post foi escrito pela Alessandra e revisado por mim (Tamires). Vamos dar os devidos créditos, né? rs

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'Caçadoras de Mitos': mentiras sobre o feminismo



O feminismo cresceu muito recentemente, mas também apareceram muitas pessoas contrárias a ele. Não apenas opressores assumidos, mas também pessoas desinformadas, alimentadas pelo senso comum, repetem e propagam mitos sobre o movimento. Algumas dessas inverdades são tão comuns em posts e comentários pela internet que achamos que já era hora de fazer uma “versão feminista” do Mythbusters. Segue abaixo uma seleção de mentiras sobre o movimento, e nossa resposta a elas.

“O feminismo prega a superioridade da mulher sobre o homem”
O feminismo luta a favor de direitos iguais para ambos os sexos. Simples assim. Ele quer corrigir as injustiças sociais do patriarcado e dos papéis de gênero. Cada vertente e cada feminista tem pontos sobre essas questões, mas nisso todas elas convergem. 

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“Feministas querem apenas os direitos, nunca os deveres”
É muito comum ouvirmos essa frase acompanhada de outras como “alistamento obrigatório não querem” ou “na hora que pagar menos na balada não reclamam”. Antes, vamos entender que tudo depende da sua concepção de deveres. O feminismo luta por direitos, e se a esses direitos vêm atreladas responsabilidades, nós as queremos SIM.

Mas algumas ideias, como as que eu citei, não fazem sentido. A primeira porque não há por que lutar por ainda menos liberdade. A segunda porque nós também não gostamos desse fato. Como já disse uma pessoa sábia: “se você não paga pelo produto, o produto é você”. E entre nossas pautas, está o direito de não sermos tratadas como mercadoria.



“O feminismo faz discurso de ódio contra o sexo masculino”
Como já falei nesse post, explicando por que algumas feministas usam ironicamente de repulsa aos homens em memes, misandria não mata ninguém. Ela no máximo é usada de modo irônico contra os opressores, enquanto a misoginia mata, estupra e agride.

De todo modo, tirando essa ironia, feministas não pregam ódio aos homens. Quando fazemos afirmações generalistas sobre seu gênero, estamos tratando de seus papéis sociais. Quando alguma feminista diz, por exemplo, que “todo homem é um estuprador em potencial”, não significa que todos vão estuprar, mas que se ele quiser, provavelmente vai conseguir, porque tem poder para isso.

“Feministas são todas (complete aqui com qualquer clichê sobre aparência, hábitos ou sexualidade)”
Nos parênteses entram, usualmente: gorda, peluda, mal comida, lésbica, feia, puta... Dica: feminista não é tudo igual. Dá pra ser feminista e não ser nada disso, assim como dá pra ser e, adivinha? Não é da conta de ninguém. O fato de pessoas julgarem mulheres por sua aparência, hábitos e sexualidade só reforça a importância do feminismo.

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“Feministas querem ser iguais aos homens”
Não, feministas querem ter os mesmos direitos e liberdades que os homens. É comum que essa frase venha junto com ideias como “já é feio para o homem fazer (complete aqui)”. Geralmente a frase é completada com aspectos que se referem à liberdade sexual. O maior problema é que, geralmente, essa frase é usada como máscara. O homem dificilmente é julgado por sua liberdade da forma que a mulher é. E mesmo se fosse, sexo é algo saudável, e a quantidade de parceiros e os hábitos sexuais de cada um não deveriam incomodar tanto.

“Feministas são comunistas”
Esse mito é completamente ligado à dificuldade que as pessoas têm de separar ideologia de esquerda e comunismo. Não, não é a mesma coisa. Todo movimento que visa a subversão de padrões vigentes é de esquerda, e isso inclui o comunismo, mas não só ele. E por natureza, o feminismo pode ser considerado um movimento de esquerda. Mas isso não é regra nem para o movimento, nem para cada feminista. O feminismo liberal, por exemplo, acredita na livre iniciativa, tendo portanto traços de ideologias de direita.



“Feminina sim, feminista não”
O que representa “ser feminina”? A sociedade dita papéis para nossos gêneros, e muitos dos traços dos gêneros são construção social. Questionar isso é pauta do feminismo. Mas não significa que feministas precisem abdicar de características atribuídas a seu gênero. Dá para ser feminista e ser tida como “feminina” pela sociedade.

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“Donas de casa não podem ser feministas”
Se relaciona ao tópico acima. O feminismo promove a problematização dos papéis, o que inclui a delegação dos deveres de casa às mulheres. Mas isso não impede uma mulher, consciente disso e por vontade própria, de ser dona de casa e feminista.

“O feminismo de antes que era bom, hoje em dia elas só querem mostrar os peitos”
Sempre que eu topo com esse tipo de comentário eu me pergunto se quem tem fixação por peitos somos nós ou quem é contra o feminismo. Uma passada rápida em algumas das principais páginas feministas no Facebook mostra que as pautas são muito diversificadas. Além disso, nem toda manifestação que usa o corpo para protestar é totalmente incoerente, mas isso não significa que toda feminista concorda com elas.

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“O feminismo não respeita as religiões”
Fato surpreendente: muitas feministas têm uma religião, e algumas são até cristãs! Acontece que o feminismo permite o questionamento de dogmas e costumes religiosos que não são condizentes com nossas noções de respeito, igualdade e liberdade. E, por isso, é comum a problematização desses valores religiosos, assim como dos males que instituições como a Igreja Católica e outras fizeram a mulheres e outras minorias. Mas nada disso apaga o respeito pela fé de cada uma.

“O problema são as feministas radicais, que estragam o movimento”
Existem várias vertentes do feminismo, mas é importante entender que “radical” vem de raiz, e não de extremismo. Deixo aqui o post da Alessandra sobre o feminismo radical.

“Eu não preciso do feminismo”
Eu fico particularmente incomodada com essa. Primeiro que duvido muito que alguma mulher no planeta não precise nem um pouco do feminismo. Segundo porque, suponhamos, essas moças realmente não precisem. Elas usam a frase para deslegitimar o movimento, mas acabam demonstrando egoísmo, pois desconsideram as mulheres que mais precisam dele. Uma moça que nunca foi violentada, sofreu violência doméstica, ou teve sua sexualidade julgada demonstra falta de empatia ao dizer tal coisa.

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“Homens e mulheres já têm os mesmos direitos”
Outra frase que eu realmente fico chocada em ler/ouvir. Nossos direitos civis (aqui no ocidente) podem ser bem próximos de uma igualdade, mas nem isso está perfeito. Aos poucos vamos evoluindo na correção de diferenças através de leis, mas ainda há muito a ser percorrido. Ao final deste link, são citadas algumas das leis sexistas no Brasil.

Mas o grande problema é que direitos civis nem sempre são suficientes para garantir direitos sociais. Várias desigualdades ocorrem apesar das leis, e às vezes até com conivência do governo pela ausência de ferramentas para corrigi-las.


Espero que o post tenha ajudado a esclarecer algumas coisas!

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MARGARET KEANE

Desde a faculdade me vi apaixonada pela arte. Pela História da arte. Embora a incapacidade de me aventurar dias e noites ao universo da criação, vez ou outra, me pego fuçando em algumas páginas sempre prontas a me oferecer pequenos encantos e sutis suspiros de um olhar mal treinado ao charme, não raro intrigante, de quem cede com os dedos realidades subjetivas.

Embora feminista, o prazer das formas e das cores, sem desmerecer, obviamente, contextos e cenários, acabou por ofuscar exigências políticas de um protagonismo feminino nas artes. Com a possibilidade de me desculpar e remediar a ausência de minha própria crítica ao invisível, decidi falar de uma mulher que se destacou em conceber emoções enquanto experimentava o silêncio de sua própria experiência: MARGARET KEANE.

Nascida no final da década de 1920, portanto, em uma época sem garantias de visibilidade sobre o trabalho das mulheres, Keane se deixou levar por uma proposta de seu segundo marido, Walter, que sugeriu que as obras de arte da pintora passassem a ser propriedades de seu próprio esforço, e não dela.

Estratégia que, obviamente, casava impecavelmente com um universo que não assumia protagonismos femininos e, portanto, fez de Walter detentor de todo reconhecimento e valor das obras de Margaret. Até que, após décadas de mentiras sob o tecido do sucesso, a artista adquiriu o empoderamento necessário para se rebelar aos ditames do marido e, enfim, ganhar o mundo.

          Em razão disso, é que Margaret Keane ganhou meu tapete vermelho na coluna “Mulheres que Amamos”. Assim, tanto quando sua trajetória, merece atenção sua arte. Bora procurá-las? Ah, e se você gosta de cinema, não deixe de ver essa história contata no filme “Big Eyes”, dirigido por Tim Burton.

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O que você sabe sobre os coletores menstruais?

Coletores menstruais são copos feitos de silicone que são substitutos para os absorventes. Eles tem como função coletar o sangue menstrual e possuem várias formas, tamanhos e marcas. Aqui na nossa equipe ele é queridinho. Eu começarei a usar no meu próximo ciclo, mas Tamires, Michelle e Bruna já são adeptas.
Você conhece? Já usa? Acha que está em outro planeta e não faz ideia do seja isso? Então deixa eu contar pra você. Primeiramente, vamos a uma aulinha de história para que vocês conheçam a inventora dos copinhos menstruais.
Quando você entra na internet e lê um título citando o coletor menstrual, talvez, um de seus primeiros pensamentos é "Que novidade é essa?". Mas, e se eu disser que isso não é nenhuma novidade? A primeira menção desses coletores datam de 1867, um americano de Chicago inventou o copo da imagem. Não se sabe a identidade desse americano e nem se esse modelo chegou a ser inventado, mas podemos ter uma boa ideia de copo seria seu design e forma de uso. Medo!
                
Imagine-se usando isso! 

Mas é uma mulher, chamada Leona Chalmers, que é conhecida como a inventora dos coletores. Apesar dos modelos (assustadores) que já existiam antes, foi ela quem patenteou e divulgou a ideia. Leona foi uma inventora e escritora norte-americana que lançou sua criação em 1937. Ele era feito de borracha, mas com a Segunda Guerra Mundial essa matéria prima se tornou escassa e a produção do coletor foi interrompida.


 

Leona Chalmers e seu modelo do coletor menstrual. Além da forma, a maneira de introduzi-lo também é bem semelhante aos coletores atuais.


As mulheres também não se mostraram interessadas em fazer uso da novidade. Vamos lembrar que na década de 30 o corpo feminino sofria muito mais com tabus. A ideia de manusear um objeto dentro da vagina não era bem aceita por ninguém. Essa insegurança em usar os coletores se manteve até os anos 70. Leona se uniu a uma empresa para continuar a produção, e mesmo com as palestras, lançamento do livro sobre cuidados íntimos da mulher, escrito pela própria Leona, e produção de novos modelos (como os descartáveis) a empresa parou de produzir os coletores em 1973.

O lado íntimo da vida de uma mulher, Leona W. Chalmers

Mas quais são as vantagens e desvantagens do uso do coletor? 

VANTAGENS:

Leona criou os coletores para que fossem mais higiênicos, econômicos e saudáveis. E essas são características que ainda se mantem. Mas a lista é muito mais completa. Vamos conhecer?

- Investimento. O custo de um coletor pode variar de R$65,00 à R$80,00, porém, é um valor único. Imagine quanto você gasta por ano nos absorventes comuns. Agora pense em não gastar esse dinheiro por pelo menos 5 anos, que um prazo, considerado mínimo, de validade do produto.
- É reutilizável, flexível, hipoalergênico e antibacteriano.
- Se adapta ao seu corpo. Existem várias formas e tamanhos, é só escolher o que melhor se adapta ao seu corpo. Logo vou explicar como escolher o melhor para você.
- Não te atrapalha ao urinar nem a dormir.
- É sustentável. Cuidem do meio ambiente mocinhas! Um absorvente externo leva cerca de 100 anos para se decompor na natureza, o interna demora 1 ano.
- É higiênico. Você passa a não ter problemas com manchas, vazamentos ou odores.
- Quase não possui contra indicações, só não é indicado para virgens (APENAS se o hímen representar algo para a menina, porque ele pode se romper, o que não significa que ela não será mais virgem) e não pode ser utilizado no pós parto.

DESVANTAGENS:

- Dor e resistência ao retirar (mas isso é resolvido de forma simples, é só você apertar a base do coletor para retirar o vácuo antes de retirar o coletor).
- Incomodo, vazamento e aumento das cólicas.

Porém, todas as usuários garantem que essas desvantagens só ocorrem quando o coletor não é bem posicionado. Percebem como quase não encontramos empecilhos para o uso dessas chamadas tacinhas?

Como escolher o meu coletor e qual a maneira certa de colocar?

Tabela de tamanhos do coletor da marca Me Luna


No site Vai de Copinho existe um artigo completíssimo que você PRECISA MUITO ler para saber a melhor forma de escolher seu coletor. Algumas das considerações que eles dão são:

- Numero de partos
- Estatura corporal
- Condições físicas

SÉRIO, leia o post completo aqui para entender tudinho. É tudo bem explicadinho, de forma fácil e completa.

 Quanto a forma de usar, eu acho mais fácil entender através de vídeos, então índico que vocês assistam esse, e também tem um aqui e aqui.

Mas eu ainda não sei bem o que pensar sobre esses coletores.


Então você precisa de depoimentos, opiniões, amigas. Tem várias mulheres que podem te contar muito sobre como elas se sentem usando as tacinhas.

O primeiro depoimento sairá daqui mesmo, da nossa equipe. 



A Jout Jout tem esse vídeo falando dos coletores e o canal Acidez Feminina fala sobre ele aqui.
Temos os grupos no facebook também, como o Coletor sem censuro - só amor, Coletores Brasil - menstrual cups e o Coletores - além da menstruação. Nesse grupos você muito mais acesso a informações e apoio.
Uma das informações legais que eu encontro neles é o melhor local de compra, que são muitos. Algumas drogarias vendem, mas eu só encontro pela internet em sites como os a Beleza na Web e , também tem loja online das próprias fabricantes, como Inciclo, Fleuritu e Meluna. Eu acho muito melhor comprar diretamente na loja da fabricante.

Não sei para vocês, mas a ideia da Leona vai me ajudar e muuuito! Quem aí usa e quer dar sua opinião? Quem não usa e quer tirar as duvidas com a gente?


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A atual literatura russa tem rosto de mulher: um pouco sobre Svetlana Alexievic

                                                                 
                                      Foto: Divulgação


Com suas obras engajadas e revolucionárias, Svetlana  Alexievich. É a segunda homenageada da Flip deste ano (festa literária que começará no próximo sábado em Paraty)

Assumidamente feminista, a jornalista e escritora possui obras diferencias que vão muito além de uma crônica ou um trabalho documental jornalístico, seus livros possuem um tom revolucionário e amostral que fazem sua escrita única.

A bielorrussa venceu o premio Nobel, sendo a 14ª mulher a ser reconhecida na história da premiação, com a obra “As vozes de Tchernóbil”. O livro soa como um coro de choro sofrido, reunindo depoimentos tocantes e por muitas vezes desesperadores de homens e mulher que sofreram com o desastre radioativo.

Já em sua obra recém-lançada “A guerra não tem rosto de mulher” Svetlana estampou o protagonismo feminino no exercito vermelho durante a segunda guerra, mostrando que a mulher estava presente mesmo em um uma situação que é sempre ligada ao sexo masculino.


Com um trabalho que discorre através da crônica habitual até a literatura engajada, aos problemas e conflitos da antiga URSS, até os problemas que afetam sua nação atualmente, seus livros são fundamentais para quem possui interesse por história, engajamento feminino e protagonismo proletário.

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Se esse post existe, graças a Deus, porque ele existe? – Os memes como arma


O humor sempre foi uma forte ferramenta social e política. Desde comédias teatrais de cunho crítico até esquetes de humor na televisão, passando por paródias no cinema e charges nos jornais, o tom contestador se mostra presente em várias ocasiões. 

E quando praticamente tudo no mundo já passou ou está passando por transformações para se adequar à internet, o humor não poderia ficar de fora. E os memes são, provavelmente, a forma mais popular de humor na web.

-sqn

E, claro, os memes com características políticas acabam surgindo também. Os mais diversos movimentos sociais têm os seus, e o feminismo não poderia ficar de fora. E as minas usam cada vez mais essas imagens de forma crítica, e até panfletária.

Mas e misandria? Pode?

É comum que muitos desses memes falem de misandria. Muitas meninas se incomodam com isso, já que consideram a misandria tão errada quanto a misoginia.

Mas é importante esclarecer uma coisa: socialmente e na prática, misandria e femismo não existem. Mulheres não têm poder estrutural para oprimir homens. E a forma como a misandria é usada nesses memes é, acima de tudo, irônica.

Assim como existe a ironia em cima da heterofobia (também inexistente, pelos mesmos motivos), existe a ironia em cima da misandria. Elas vêm justamente para se contrapôr às opressões sofridas por minorias. Além de criticar os próprios opressores que se dizem "atacados" quando os oprimidos buscam seus direitos.

Só para reforçar e deixar a diferença ainda mais explícita: enquanto misoginia e homofobia matam, violentam e agridem minorias diariamente, misandria e heterofobia no máximo ironizam os opressores.

Se aplica a femismo e misandria também (já que eles não existem)

Enfim, depois de esclarecer esses pontos, vamos a uma novidade: a partir de hoje, o blog terá uma página com uma galeria permanente de memes e imagens feministas. Aproveitando o espaço, postaremos um compilado não apenas de imagens engraçadas (para postarem em seus perfis ou quando uma discussão com mascus que não valem a pena), como várias imagens legais que encontramos pela rede. 

Podem aproveitar pra atualizar as imagens de capa, papéis de parede, até imprimir. E melhor ainda: como vai ser uma página fixa e com constante atualização, você sempre pode voltar para salvar mais imagens!

Quer contribuir? Mande na página do blog, no post que reservamos para isso! Espero que gostem!

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Vamos falar sobre feminismo liberal?

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Quanto mais nós lemos sobre o feminismo, mais informações surgem e com elas muitas dúvidas novas. As dúvidas que vamos tentar resolver hoje são sobre o feminismo liberal. 



O texto que estão lendo não representa nenhuma opinião pessoal (admito que a minha vertente feminista é a interseccional), ele foi feito de forma simples e objetivo para auxiliar quem, assim como eu, teve ou tem dificuldades em encontrar textos que sejam fáceis de entender e nos ajudem a conhecer melhor pelo o que estamos lutando.



Para ser bem sincera com vocês, eu não encontrei referências muito completas sobre essa vertente, então esse talvez seja o mais simples dos textos que já fizemos nessa coluna. Vamos abordar apenas algumas bases, ok?



O feminismo liberal, ou libfem, tem como foco a iniciativa livre de cada individuo. São os pensamentos que pessoas, gozando de todo o seu livre arbítrio, escolhem por conta própria, com o mínimo de intervenção vinda do estado, da família, da sociedade em geral.


Diferente do feminismo radical, que defende que as escolhas são condicionadas por regras da sociedade.



Para que vocês possam entender melhor, vou enumerar algumas das idéias defendidas pelas feministas liberais.



- se uma mulher modifica o próprio corpo para que ele se encaixe no padrão de beleza que sabemos ser estipulado pela sociedade, ela está exercendo liberdade de escolha. Existe o caminho de ter o corpo como é e padroniza-lo, e a mulher tem que ser livre para escolher entre eles por si mesmo.



- a prática da heterossexualidade feminina é uma escolha. Não é vista como uma regra estipulada ou questão biológica, mas sim uma decisão tomada conscientemente por cada uma. 



- a melhor forma prevista pelo libfem para colocar em prática a igualdade entre homens e mulheres é através de reformulação de leis. Reforma e uso da política e de meios institucionais. A ascensão de mulheres em governos, empresas e meios de comunicação é uma vitória para o feminismo liberal.



- algumas das questões que o libfem deseja concertar são a desigualdade salarial, permitir a aceitação de homens nas lutas feministas (Emma Watson defende essa ideia, vocês conhecem a campanha #HeForShe?) diminuição ou extinção do estado.



- o governo é visto como a maior causa das opressões sofridas pelas mulheres. Se o estado se envolvesse menos (ou melhor, não se envolvesse de forma alguma) essas opressões seriam cessadas. 



O feminismo liberal me parece o mais ligado a questões políticas (no sentido governamental), já que vê o governo como causa das opressões, do que as outras vertentes feministas. Não que as outras não possuam essa ligação, de uma forma ou de outra. Mas ainda preciso aprender muito sobre ele.



Como eu disse no início, me faltou material que ajudasse a compreender essa vertente. Por isso peço que todas as meninas que tenham material que complemente nosso texto, nos enviem. Estamos aqui para aprender com vocês! E se mesmo depois do que leu você ainda não entende coisa alguma, pergunte nos comentários. Nossos estudos não acabam aqui e quando surgirem mais informações, vamos atualizar tudo no blog.

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5 filmes leves que passam nos testes de Bechdel e Mako Mori – animações

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Semana passada listamos aqui no blog 5 filmes leves, live-action, que passam nos testes Bechdel e Mako Mori. Para entender o funcionamento dos dois testes, clique aqui. Como prometido, hoje eu trago a continuação do post anterior, dessa vez com 5 animações que passam nos mesmos testes. 

E por via das dúvidas, os avisos de sempre: talvez até surjam alguns pequenos spoilers, mas para evitar ainda maiores eu não vou citar as cenas ou os motivos que fazem esses filmes passarem nos testes. Confiem em mim e aproveitem a lista!

Coraline


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Baseado no livro de Neil Gaiman, essa animação em stop motion segue a história da protagonista homônima, uma menina que acabou de se mudar para uma casa entediante. Ela acaba descobrindo uma porta secreta em seu quarto que leva a uma versão alternativa (e muito mais interessante) do seu mundo. Só que aos poucos ela vai descobrindo que toda aquela perfeição é o que parece.

A magia do stop motion! <3
Coraline é uma menina curiosa, forte e inteligente. Apesar de seguir as características base da maioria das meninas protagonistas de histórias infantis, ela não é “perfeitinha” como elas, e aprende muita coisa com os “perrengues” que passa ao longo da trama. O filme também tem uma estética e um clima mais sombrios, então não espere por uma obra fofinha demais.


Lilo e Stitch


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A pequena Lilo vive no Havaí, sob a guarda de sua irmã, Nani. Ela vai a um abrigo para adotar um cãozinho e acaba pegando o mais estranho de todos, que ela batiza de Stitch. Só que o “bichinho de estimação” é na verdade uma experiência alienígena que escapou de seu criador ao ser exilada junto com ele, por ser hostil e perigosa. Enquanto o cientista tenta recapturá-lo, Stitch convive com Lilo e vai aprendendo valores e criando apego pela menina.

Essa cena é uma fofura, sério haha

Esse filme, além de ser um amorzinho, trás uma penca de novidades entre animações da Disney. Lilo e Nani formam uma família não convencional, e uma faz tudo pela outra. Nenhuma das duas segue padrões convencionais de beleza, nem têm foco em interesses românticos (o que Hollywood adora fazer inclusive com crianças). Ambas as personagens são muito bem construídas, e até o elenco secundário é recheado de mulheres.


Frozen


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Todo mundo conhece a história, mas lá vai sinopse. Elsa e Ana são princesas do reino de Arendelle. A primeira possui poderes de gelo que, desde criança, foi obrigada a reprimir. Os pais das duas acabam morrendo num naufrágio e, na coroação de Elsa, seus poderes acabam se revelando, obrigando-a a fugir. O problema é que sua escapada mergulhou Arendelle num gélido inverno, e Ana vai atrás da irmã, a fim de fazer as pazes e acabar com o frio.



Eu não sou “hater” de Frozen, mas reconheço que esse filme tem algumas falhas. Apesar disso, não há como negar que ele representa, sim, uma fase de mudanças entre as animações infantis. Assim como Lilo e Stitch, o foco é a relação das duas irmãs e o amor entre elas. A animação também traz algumas ironias e desconstruções de clichês e estereótipos de filmes de princesa. Apesar de escorregar no gelo em alguns momentos (trocadilho inevitável, desculpa), a mensagem é passada de forma descontraída para crianças, que aderiram massivamente ao filme.


Valente


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Merida é filha do rei Fergus e da rainha Elinor. Determinada a seguir seu próprio destino, ela desafia a tradição local de criar uma competição pela mão da princesa, e entra na disputa por sua própria mão. Ela acaba despertando a fúria de todos, inclusive sua própria família, que invalida a disputa. Seus atos seguintes desencadeiam em graves consequências para todos.

A Merida é linda e gente como a gente
Mais uma vez, o foco da animação é na relação familiar (especialmente de Merida e sua mãe). Elinor é a representação da esposa-e-mãe-de-família-perfeita, enquanto Merida é rebelde e dona de si mesma. O choque entre as duas é grande, enquanto a trama se desenvolve em torno da aceitação de uma pela outra.


Meu Amigo Totoro


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Mei e Satsuki acabaram de se mudar para uma comunidade rural, para ficarem mais próximas da mãe, que está se recuperando em um hospital. Elas exploram animadas a nova casa e as redondezas, Além de ajudarem o pai nos afazeres domésticos, elas cuidam uma da outra. Em uma de suas brincadeiras, Mei acaba encontrando uma grande criatura adormecida, que ela chama de Totoro. Com o tempo as meninas acabam virando amigas da adorável criatura.

Grandalhão adorável!
Novamente, as relações familiares entram em cena nessa produção. Assuntos sérios são tratados com delicadeza, assim como as aventuras das meninas com Totoro. De fato, a delicadeza é exatamente a característica principal dessa animação, que tem uma história simples, mas muito agradável de se ver.

Gostaram da lista? Tem mais alguma animação para citar? Conta tudo pra gente nos comentários!

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Conhecendo Toni Morrison


                                                Foto: Divulgação


Chloe Anthony Wofford, a primeira mulher negra a ganhar um Nobel de literatura devido a seus romances que relatavam a árdua realidade vivida pela população negra americana, principalmente as mulheres.
Ler Toni Morrison é uma experiência que vai além de se aventurar através de uma historia, é como se aprofundar em um estudo de raça, gênero e historia, sua obra cultiva a necessidade de refletir e discutir esses assuntos.
Com um vasto e premiado acervo publicado, mergulhado em literatura afro-americana, a também professora universitária possui obras multifacetadas que discorre de romances a literatura infanto-juvenil, marcando com sua escrita forte, realista (e infelizmente mais atual do que deveria) a história da literatura americana.

Mais sobre suas principais obras:
Amada: Conta a história de uma ex-escrava nos anos posteriores a guerra civil, mostrando com lirismo a condição cruel do negro no século XIX

O olho mais azul: História voltada a menina Pecola, personagem que vivia marginalizada e rejeitada devido a sua cor. Em um país onde todas as atenções eram voltadas a pessoas bancas, fazia com que a pequena Pecola rezasse todos os dias para obter olhos azuis. 

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Evas Poderosas



        Quando me elegeram para falar sobre as mulheres que amamos, pensei no grande trauma que eu, como historiadora que sou, possuo em razão das ausências femininas em suas mais variadas formas de sucumbir à inexistência. Mas, foi justamente dentro desse alvoroço de ideias, que comecei a colecionar alguns nomes que me vieram rapidamente à memória e, enfim, alavancaram a possibilidade de não só “reconstruir” nosso legado de mulheres, como também a de dissipar fantasmas que, assim como eu, assolam outros tantos sujeitos dessa trama social acortinada pelo masculino.

Minha primeira dama da corte...mentira! Minha primeira revolucionária, rebelde, subversiva e pioneira na ruptura dos arcabouços másculos, viris, intimidadores e autoritário para com as mulheres é...de impulso sou levada a citar, novamente, Lilith, mas isso nada mais é do que reflexo de uma sociedade que, até hoje, impõe a nós preceitos assentados em dogmas tão religiosos que poderia até afirmar a sensação de me sentir sob a cólera silenciosa  de veículos simbólicos que repudiam minha existência, tal como ela é. Logo, Lilith, única e diferentona:






I LOVE YOU!




Após uma pausa para retomar a coragem da escrita, penso em Joana D´Arc, em Edith Piaf, em Ana Bolena, na Cleópatra. Mas todas elas não são capazes de, neste exato momento, atender a um anseio que se mostra mais profundo, comedido e, confesso, pouco explorado. De qualquer forma, após uma longa análise, escolho Annette Marie Sarah Kellermann (1886-1975). Estranha, não?! Pois é, concordo! Mas ela me atraiu por uma ocorrência muito particular da minha própria jornada como mulher e ativista no movimento feminista: o uso de roupas curtas.

Foi em 1907, quando Annette foi presa por indecência ao usar maiô em uma das praias de Boston. E o que isso tem a ver com o "mulheres que amamos"? TUDO! Pois foi após esse incidente que emergiram discussões acerca dos trajes de roupas utilizados pelas mulheres, e que as roupas de banho ganharam novas dimensões. Entretanto foi só a partir dos anos 1930 que nossas roupas de praia assumiram as duas peças com as quais estamos tão acostumadas.

Eu sei que poderia ter citado o famoso episódio, com foto e tudo, das duas mulheres que usaram shorts curtos pela primeira vez em Toronto, no Canadá, em 1937. Mas, justamente, por uma questão de imagem é que decidi pela australiana. Dá uma olhada na tão famosa roupa que a fez ser presa e, aí então, me diga onde mora nossa velha questão de liberdade.

     E ainda tem gente que acredita que vivemos em um estado de igualdade entre mulheres e homens. Então tá, né?!











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