#LeiaMulheresSempre


É fato que o papel da mulher na literatura, assim como em muitas outras áreas, não é tão grande e valorizada quanto à dos homens. Citando a literatura nacional como exemplo, é muito mais fácil uma pessoa dizer que já leu um livro do Machado de Assis do que da escritora Ana Maria Machado. Então por que não tentar fazer diferente dessa vez?

No ano de 2014, a escritora e ilustradora inglesa Joanna Walsh propôs que as pessoas decidissem conscientemente ler mais obras escritas por mulheres. A iniciativa no Twitter, onde foi criada a hashtag “#readwomen2014”, teve uma repercussão tão grande e inesperada, que a própria criadora ficou impressionada com a proporção da sua ideia.

Em entrevista a Revista Língua, Joanna contou como foi o inicio de tudo: Eu sinto que o #readwomen2014 na verdade aconteceu comigo. Fiz alguns marcadores de página para enviar como cartões de Ano Novo, em resposta a dois revisores com quem eu estava em contato no Twitter (Mateus Jakubowski nos EUA e Jonathan Gibbs no Reino Unido) que decidiram ler escritoras por um período de tempo definido. A partir daí, fiz o hashtag e publiquei as imagens dos marcadores. O hashtag decolou no Twitter ao ponto de eu ter que iniciar uma conta à parte (@readwomen2014). Nesta conta, hoje, tento reunir tweets sobre mulheres escritoras: recomendações, projetos, notícias, comentários... Eu também comecei a trabalhar em colaborações, o que é emocionante, começando com uma edição só de mulheres da revista Hamish Hamilton, Five Dials (Fivedials.com).’

Mesmo sendo através de um acidente, o #readwomen2014 contemplou iniciativas e ânsias de muita gente, não à toa se espalhou tão rapidamente pela Inglaterra e pelo resto do mundo. No Brasil, foram criadas as hashtags #leiamulheres e #umquartosóseu. O site oficial desse projeto aqui no Brasil, leiamulheres.com.br, tem como objetivo levar a leitura de livros escrito por mulheres para espaços culturais e livrarias através de encontros.
 
O machismo é uma força atuante e dominante na grande maioria das sociedades contemporâneas. E o mundo literário não foge à hegemonia. Não é o fato da alfabetização das mulheres ter ocorrido de forma tardia que as impede de crescer no mundo da literatura, o que nem é aceito como justificativa, mas sim o preconceito. Existem pesquisas comprovando que escritoras ainda são marginalizadas por editoras, revistas literárias e jornais.

Contudo, nós vamos fazer nossa parte para mudar essa realidade. Hoje estamos iniciando a coluna Escritoras Maravilhosas. Através dela vamos apresentar aos nossos leitores a historia de vida e o trabalho de mulheres talentosas, seja ela conhecida ou não. Dessa forma, esperamos conseguir complementar a iniciativa da Joanna Walsh e continuar difundindo a literatura feminina, quebrando as barreiras erguidas pela discriminação.


0 comentários:

Use este espaço à vontade, mas com respeito e moderação. Agradecemos!