Moda e opressão



Antes de começar este texto, só quero deixar claro o quanto ele é baseado em mim. Sim, ele é baseado nas minhas vivências, com um cadinho de história envolvida e só quero te convidar e pensar. 


Antes de começar o Blog, sempre lutei e relutei em abordar moda, porque sim, porque para a maioria das pessoas moda é futilidade. Mas, assim como tinha esse receio, me veio a vontade de mostrar a quem eu pudesse que moda é muito mais do que esta camiseta que você veste neste momento. Toda roupa, cor, influência, tem o porquê de ser, mas, não é sobre esta questão técnica que quero falar, quero na verdade te convidar a pensar no quanto a moda pode libertar e aprisionar, no caso, nós mulheres.


A moda, mais do que estar nela, existe como parte de expressão pessoal. É você dizendo, em cada detalhe, quem você é, porque é, e logo, podemos tratá-la como resistência ou subordinação. Por mais que a gente tente, a todo o momento, resistir às opressões e a socialização, existem outras mulheres que sucumbem a elas, e pouco podem fazer a respeito. Não faz muito tempo em que a burca, por exemplo, não era obrigatória em alguns países de origem islâmica, e convido você a ler o post da Ingrid sobre isso, é só clicar aqui.


Ao mesmo tempo em que tentamos nos expressar, lutamos contra uma indústria totalmente machista e que nos divide entre padrão e não padrão. Uma indústria que vê nos tempos atuais, uma espécie de mude ou morra, porque nós, dentro da nossa cultura, não aceitamos o que querem que a gente aceite. Não aceitamos sermos chamadas de plus size, quando não usamos manequim 38, não aceitamos que certas peças de roupa, sejam para poucos, não aceitamos que expressões culturais sejam chamadas de brega. Nós também não aceitamos mais que nossos cabelos tenham que ser lisos, só para fazermos parte de um grupo. Não aceitamos, simples.

Ju Romano. Referência em moda, empoderamento, amor próprio e quebra de padrões.


A meu ver, além de uma forma fundamental de expressão, a moda torna-se resistência. Usamos o que queremos, porque queremos e nos aceitamos como somos, e a indústria de consumo tem que aceitar, são as nossas regras. Por isso, mana, amiga, irmã: afirme-se. Não tenha medo, use e abuse da moda, esteja nela se quiser, não esteja se for sua opção. Não se anule por nada e nem por ninguém. A parte mais deliciosa de ser moda é ser o que quiser, usar o que quiser, sem deixar de ser o que mais você deve amar: você!

Nota: Esse texto foi feito pela blogueira Rafaela Arnoldi, feminista e proprietária do blog de moda Diariamente.

0 comentários:

Use este espaço à vontade, mas com respeito e moderação. Agradecemos!