Embora religião e feminismo se contraiam em paradoxos possivelmente jamais corrigidos, não raro, me tomo por Lilith quando sufocada em situações desagradáveis ao cenário e desafios femininos. Curiosa por natureza, estou sempre à procura por novos lugares, comidas, bebidas e, por que não, pessoas?! Enfim, desprovida de habilidades para preliminares sociais, mas atenta ao que insiste em ser incorrigível, vivo conflitos que me obrigam a abandonar o “Jardim do Éden”. Mas, ainda que herdeira das interpelações de Lilith, me nego a condição de simplesmente fugir. Se o Éden é o local do masculino, eu, personificação ressemantizada de um protagonismo (conspiratório?!) religioso, a mim imponho o dever de ficar.
Se filha de Lilith, sou legatária de espaço, de voz e de poder. Sou obra desmedida e dona de mim. Não há lugar por onde eu passe que não me julguem pela ausência de idoneidade já esquecida desde minha concepção como Lilith. Se às vezes cansada de fincar raízes em pontos de resistência, penso, por outro lado, na dívida contraída com aquela que se fez só sob a transparente franqueza em não ser linha míope do sujeito que sobrepujou a competência (
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