Como boa
leitora, estou sempre à procura de livros, às vezes com listas intermináveis no
meu Skoob, outras com a sensação de que não tenho nada que poderia me agradar. Enfim,
um dilema muito comum entre os aficionados por linhas e mais linhas que teimam
em acabar – sem mencionar, é óbvio, o desejo utópico de uma vantagem financeira
que desse conta de uma sala de leitura repleta de obras a serem devoradas (e
compartilhadas) no decorrer da minha vida. Mas, embora a fantasia, atualmente
optei pelo uso de e-reader. E não é
que gostei?!
Já meio
cansada de romances, me deixei levar por opções mais atípicas ao meu roteiro de
leituras, e foi aí que descobri o thriller da escritora Paula Hawkins: “A
garota do trem”, ou no original “The Girl on the Train”. Confesso que, a
princípio, julguei que lidaria com uma trama muito próxima ao que foi proposto
em “Gone Girl” (Garota exemplar), mas me enganei. Ainda que ambos tenham me
agarrado pelas pernas, o livro de Paula Hawkins alimentou minha curiosidade
logo nas primeiras páginas e, admito, confundiu pretensões anteriormente
impostas aos personagens – todos eles.
Narrado sob o
ponto de vista de três mulheres (ou seria apenas uma entre elas?!), a posição
assumida pela autora me persuadiu a “favoritá-la” na memória. Com isso feito,
passei a indicá-la a amigos e companheiros dessa saga tão injusta imposta a nós
leitores: tanto para ler, e tão pouco tempo para existir. Pois bem, sustentado
pontos imprescindíveis que me mantiveram fiel à leitura, cabe ressaltar que o
que mais me chamou a atenção no texto foi a ruptura de padrões propriamente
assegurados às mulheres da maioria dos livros com os quais tenho lidado – pois o
ato da leitura requer manejo com as emoções, percepções e inferências.
Inicialmente
ao estilo Bridget Jones, a protagonista Rachel conseguiu, na verdade,
despertar lados mais sombrios e desconexos acerca da própria natureza humana. Movida
pela curiosidade e, por que não, pela obsessão, a personagem parece dialogar
com inúmeras situações de conflito não tão inverossímeis à nossa própria
condição em sociedade. Logo, alcoolismo, traição e a sensação de vazio
atravessam várias etapas da trama que não se entrega antes das últimas páginas.
Cabe a nós, como leitor, oscilar entre a
compaixão dada aos personagens, mas, igualmente, a convicção de que ora ou
outra nós também nos entregamos à confusão de alguns sentidos.
Como não tenho
a intenção de estragar impressões futuras, o que me resta é um
convite à leitura. Então leia! E se de tudo isso que escrevi até aqui, algo lhe
fez certo sentido, vai lá, corra para mais uma obra. Afinal, o que é mais um
livro para quem já se rendeu ao universo inesgotável da criação literária?! E se você, assim como eu, já leu esse livro,
comente aqui o que achou. Ah, e se quiser me dar dicas de livros, meu Skoob vai
adorar receber novas listagens...Um dia eu leio! Como tudo na vida.
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