Dizem que “filho de peixinho, peixinho é!”. E é justamente em cima disso que me propus à escolhida de hoje: Mary Shelley. Para quem não a conhece, mas, possivelmente está mais familiarizado com a sua obra, isto é, Frankenstein, já deve ter caído no mesmo erro que eu em acreditar que tal nome faz jus a um homem e não a uma mulher, estou errada? Espero que sim! Enfim, descoberta sua verdadeira identidade, como mulher e jamais como homem, cabe agora a explicação acerca do uso do citado provérbio.
Shelley era filha de Mary
Wollstonecraft (1759-1797), a qual, embora atravessada por um cenário de
revoluções e defesas em nome do masculino, protagonizou as primeiras
manifestações feministas, cujas atenções e desejos foram registrados na obra “A
Reivindicação dos Direitos da Mulher” (1792). Acerca disso, para quem não sabe,
em 1789 foi publicada a Declaração dos Direitos do homem e do Cidadão,
documento que, obviamente, estava comprometido com as garantias de solidariedade,
liberdade e igualdade sobre e para as realizações masculinas.
Portanto, Shelley ganha meu tímido espaço de admirações justamente porque ela, assim como a mãe, se destaca em manobras que as elevam dentro das categorias em que foram socialmente postas, embora as cortinas politicamente e simbolicamente turvas que, discretamente, deixaram-nas sucumbir face ao tempo e as convenções de uma sociedade acostumada a reconhecer, privilegiadamente e preliminarmente, os homens como sujeitos de destaque. À vista disso, ficam aqui não só duas grandes mulheres, como também referenciais de luta e, especialmente, de importantes leituras. Mãos à obra?! Eu começaria pela mãe, claro!
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