Pensando especialmente em dar visibilidade ao espaço ocupado por mulheres nas diversas mídias, estreia hoje a coluna Mulheres na Cultura Pop. Neste espaço vamos falar de séries, filmes, livros, quadrinhos, games, enfim, as mais diversas produções culturais feitas por, para e sobre mulheres. Esperamos que gostem da novidade!
O teste de Bechdel foi criado em 1987 pela cartunista americana Alison Bechdel, em um de seus quadrinhos. O teste consiste em analisar a representatividade de um filme a partir de três requisitos:
1. Deve ter pelo menos duas mulheres.
2. Elas conversam uma com a outra
3. Sobre alguma coisa que não seja um homem.
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O quadrinho que originou o teste - Imagem: reprodução/internet |
Sabemos que esse teste é extremamente simples, e muitas vezes um filme que não passa nele pode, sim, ter um potencial representativo. Em contrapartida, filmes que são aprovados podem ser completamente machistas e estereotipados. Acontece que o teste de Bechdel funciona mais como um termômetro social do que como qualificação absoluta de uma obra.
Essa carência motivou, inclusive, a criação do teste Mako Mori. O nome é o mesmo da personagem feminina central de Círculo de Fogo. Mesmo sendo extremamente representativa, a personagem não conversa com nenhuma outra mulher no filme, que não passa no teste de Bechdel. Uma usuária do tumblr então propôs o teste Mako Mori, baseado na personagem. O filme deve, portanto:
1. Ter ao menos uma personagem feminina
2. Com seu próprio arco narrativo
3. E que esse arco não é mero suporte para uma história masculina
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A Mako Mori - Imagem: reprodução/internet |
Ainda que também não seja absoluto para medir se um filme é bom, ele é bem mais completo para definir a relevância e a representatividade de obras específicas. Por isso, eu fiz uma seleção de 10 séries que eu gosto e que passam NOS DOIS testes. Abaixo seguem 5 delas. As outras 5 virão com uma surpresa! Não vou explicar exatamente por que essas séries passam (pode acabar rolando spoilers e quebrando a magia), então vocês terão que confiar em mim. Espero que este post sirva para enriquecer a sua coleção de novas séries (representativas) preferidas!
Unbreakable Kimmy Schimdt
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"Seja você. Seja o que você quiser. E então se torne inquebrável" - Imagem: reprodução/internet |
Se ainda não viu essa série da Netflix, criada por Tina Maravilhosa Fey e Robert Carlock, corre AGORA! Aproveita que dia 15 estreou a segunda temporada, faz maratona com os 13 primeiros episódios e já emenda uma na outra. A comédia gira em torno das descobertas de Kimmy, que após ser sequestrada pelo líder de um culto apocalíptico e passar 15 anos em um abrigo subterrâneo com mais três mulheres, finalmente conseguiu sair. Sim, a premissa é uma loucura!
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Kimmy e seu jeitinho <3 |
Além de passar nos dois testes, trabalham a desconstrução de vários estereótipos e clichês machistas. O elenco ainda é recheado de mulheres, de núcleos e personalidades diferentes. Só espero que na próxima temporada tenhamos mais mulheres de outras etnias (já que a primeira temporada já apresentou um homem negro e um oriental, tá na hora, né?).
Jessica Jones
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Imagem: reprodução/internet |
Eu sei que eu posso estar sendo redundante de falar desse sucesso da Netflix/Marvel, mas acho que é justamente porque ela é item obrigatório nesse tipo de lista que ela está sempre presente. Jessica Jones é uma série não apenas com (forte) elenco feminino em massa, como tem várias mulheres na produção. A trama, pra quem tava vivendo numa caverna não está familiarizado: Jessica é uma investigadora particular que possui super poderes, e está se recuperando do trauma de viver sob o poder de Kilgrave, um homem com habilidade de controlar mentes. Além de usar os poderes de Jessica, ele ainda abusava dela, sexual e psicologicamente. Tire toda a parte fantasiosa, e temos uma história sobre abuso, super plausível na nossa realidade.
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Ah, e Jessica é uma FUCKING BADASS! |
How To Get Away With Murder
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Essa mulher!!!! - Imagem: reprodução/internet |
Outra pedida obrigatória: uma série da Shonda Rhimes. Shonda é rainha em séries representativas para mulheres e outras minorias. Em HTGAWM, além da MARAVILHOSA (e ganhadora do Emmy pelo papel) Viola Davis como a protagonista Annalise Keating, temos um elenco jovem principal formado por uma mulher e um homem negros, uma latina e dois brancos americanos, sendo um deles homossexual. A diversidade sexual, inclusive, também é uma tema forte no seriado, bem como a própria liberdade sexual feminina.
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Quem mais adora quando falam o nome da série/filme? haha |
A série gira em torno de Annalise, uma professora de direito penal, que recruta cinco alunos para trabalharem com ela em seus casos. Diversos acontecimentos começam a se desenrolar quando quatro dos estudantes se envolvem num assassinato.
My Mad Fat Diary
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Imagem: reprodução/internet |
Eu sou a louca das séries britânicas, então vai ter uma (ótima) série britânica aqui, sim. My Mad Fat Diary é uma dramédia baseada no livro autobiográfico "My Fat, Mad Teenage Diary", escrito por Rae Earl. A história começa com a saída de Rae da clínica psiquiátrica onde está internada após ferimentos auto infligidos, e tentando retomar uma vida normal ao lado dos amigos. Apesar de falar de assuntos sérios, especialmente doenças psicológicas, o humor é constante (e muitas vezes sobre pênis) e acabamos rindo mais do que chorando.
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Tá, o gif é meio tristinho, mas eu juro que a série é super divertida! |
A série é toda subversiva: Rae é gorda, mas é divertida (mas sem aquele estereótipo do “gordinho simpático”) e pega o cara mais bonito da escola. Apesar de ter pontos de rivalidade feminina, esse conceito está sempre sendo quebrado, reforçando a amizade, especialmente entre a protagonista e sua amiga popular, Chloe. É uma série curta (o lado bom e o ruim das séries britânicas), então dá pra maratonar rapidinho.
Buffy, a Caça-Vampiros
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Photoshoots e design dos anos 90: os melhores haha - Imagem: reprodução/internet |
Aqui também tem espaço pra série que acabou há bastante tempo, viu? Sim, eu confesso que eu arrumei um espacinho aqui pra ela porque eu comecei a ver recentemente e só conseguia me perguntar: “COMO eu não peguei pra ver essa série antes?”. Essa eu acho que todo mundo sabe a premissa, né? Buffy é a escolhida para caçar vampiros, demônios e outras criaturas das trevas. E, pra piorar, está no meio da sua adolescência e quer viver uma vida ao menos um pouco normal em sua nova escola.
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Além de chutar (vários) traseiros, Buffy é atrevida e sarcástica. Como não amar? |
Mais uma vez, vemos estereótipos sendo quebrados nessa série: Buffy era popular na escola antiga, e atualmente anda com “os normais”. A famosinha da escola, Cordelia, apesar de fútil, acaba indo e vindo numa relação com eles. Um bônus: além de ser uma personagem forte em vários sentidos, as cenas de luta de Buffy são incríveis!
Por enquanto é isso. Aguardem as próximas 5! Tem sugestões de séries que ficaram faltando? Deixa aí nos comentários!
2 comentários:
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